Depois de vos dar a conhecer a primeira parte do percurso que liga o Peso da Régua ao ponto mais alto da Serra do Marão, onde se encontram as míticas Antenas de Retransmissão e a Capela da Sra da Serra a 1 416m de altitude.
Vou agora partilhar o que vivemos na nossa incursão no percurso desde a Sra. da Serra até ao ponto de partida, no Peso da Régua.
Tal como na primeira parte, fizemos este troço em duas velocidades diferentes, uma em modo trekking e outra em modo de corrida. Os elementos do grupo variaram, apesar de alguns terem repetido, como foi o caso da Ester e do André. As fotos deste post são portanto de dois fins de semana diferentes, um mais frio que outro.
Antes de começar descrever o percurso, devo agradecer a algumas pessoas que tornaram ''isto'' possível. Sim porque para arrancar das Antenas é preciso viaturas e pessoas para nos irem buscar. Agradeço assim ao Mergulhão, ao Zé Pedro, ao Barros e ao Pedro Lopes que colaboraram nesta epopeia. Agradeço também ao Clube de Caça de Pesca do Alto Douro pelos jantares que nos proporcionou
Sra. da Serra \ Antenas do Marão
Tal como na primeira parte, fizemos este troço em duas velocidades diferentes, uma em modo trekking e outra em modo de corrida. Os elementos do grupo variaram, apesar de alguns terem repetido, como foi o caso da Ester e do André. As fotos deste post são portanto de dois fins de semana diferentes, um mais frio que outro.
Antes de começar descrever o percurso, devo agradecer a algumas pessoas que tornaram ''isto'' possível. Sim porque para arrancar das Antenas é preciso viaturas e pessoas para nos irem buscar. Agradeço assim ao Mergulhão, ao Zé Pedro, ao Barros e ao Pedro Lopes que colaboraram nesta epopeia. Agradeço também ao Clube de Caça de Pesca do Alto Douro pelos jantares que nos proporcionou
Sra. da Serra \ Antenas do Marão
Se no primeiro fim de semana encontramos vestígios de várias camadas de geada\neve, muito vento e muito frio, no segundo o tempo estava mais sereno.
Se na primeira parte o percurso é tendencialmente a subir, na segunda parte é tendencialmente a descer, tendencialmente, porque também tem subidas. Antes de iniciarmos a descida, o largo das Antenas permite-nos contemplar uma vista avassaladora que se estende no nosso horizonte por Serras tão distantes como a Estrela, Cabreira e o Gerês. Quando os atletas aqui chegarem espero que tenham discernimento para abrandar o ritmo e olhar em seu redor...é um local místico e mágico.
A descida inicia-se em trilho técnico em pedra até chegarmos à estrada de asfalto que liga a Nacional 15 às antenas. Uma estrada apesar de deteriorada está ainda em condições que permite que viaturas cheguem lá em cima sem grandes dificuldades. Fazemos cerca de 2km de asfalto até chegarmos perto das torres eólicas do Portal da Freita. No dia da prova, estes kms vão ser muito ''reconfortantes''.
Lugar de Montes
Saindo do asfalto entramos num trilho pejado de pedra bastante inclinado que nos
leva a um bosque ''encantado'' onde ainda encontramos a típica floresta
Portuguesa. Sim, ainda, porque esta serra é constantemente devastada
pelos incêndios e em 2013 quase que a levava. O nosso sincero e sentido agradecimento
aos soldados da paz que aqui travaram uma enorme batalha contra as
chamas.
Começamos a encontrar os primeiros Soutos com as características cores de Outono. Os tons de castanhos e de amarelos, misturaram-se com o verde que tornam o cenário verdadeiramente idílico.
A chegada ao lugar de Montes é feito a caminhar serenamente. Não há pessoas, não há animais, há uma paz inquietante porque a população há muito se foi embora. Este lugar era outrora densamente povoado por mineiros que na altura da Segunda Guerra Mundial extraiam minério das inúmeras explorações que háavia nesta serra e que eram utilizados pela industria bélica de então. Actualmente residem neste lugar 5 habitantes que se recusam a abandonar o local mais alto onde vivem pessoas nesta serra.
Os espigueiros, a capela, as casas, tudo aqui é humilde e de certa forma ficaram parados no tempo. Foram construídos com o que a terra dá, predominantemente madeira e xisto. Até alguns telhados são construídos de pedra!
Lugar de Cotorinho à Aldeia de Fontes
Descemos em direcção ao lugar de Cotorinho onde aproveitamos para reconfortar o estômago numa mesa também ela de pedra. Atravessamos socalcos onde o Olival se confunde com a vinha até chegarmos a uma ponte...também ela de pedra sobre o Rio Murganheira.
Como disse anteriormente, tendencialmente a descer, mas as subidas estão lá. Em algumas situações as subidas implicam quase gatinhar para vencer os desníveis. Atravessamos soutos, reboredos, vinha, olival, pinhais, riachos é uma autentica travessia pela mãe natureza que podemos encontrar nas encostas do Marão.
Aldeias de Fiolhais e Fornelos
As Aldeias de Fiolhais e Fornelos também se encontram no nosso caminho rumo ao Peso da Régua. Nestas aldeias encontramos respectivamente as capelas de Nossa Senhora de Fátima e São João respectivamente. O percurso do DUT é muito mais que um ''simples'' desenho no terreno, é também uma viagem histórica na região.
A subida para a Aldeia de Fontes é a mais longa que encontramos nesta segunda parte do percurso. São cerca de 2km com 400m de acumulado positivo, nada de especial se considerada isoladamente, mas ao fim de 40km vai doer... Nesta subida, atravessamos uma quinta e contemplamos a silhueta da Serra do Marão. Seguimos em direcção ao centro de Fontes. Paramos no café, abastecemos e convivemos um pouco mais com a população local.
Um trilho a meia encosta leva-nos até à Adega de Medrões e nos permite também contemplar o Vale do Douro, incluindo Santa Marta de Penaguião.
Aqui o percurso atravessa vinhedos no coração da Região Demarcada do Douro. Em Setembro, percorrer este percurso será verdadeiramente único, com as uvas, as vindimas e azafama da época.
As origens da freguesia de Moura Morta são muito antigas, estando inscrita nos anais da história como lugar de muita importância na região. Diz-se que o nome desta freguesia derivou da lenda de uma princesa moura, assassinada neste lugar pelos Templários, por se recusar a negar a sua fé e abraçar a fé cristã.
Aqui iniciamos a descida final. E, como se uma miragem se tratasse aparece ao alcance da nossa visão as Pontes da Régua sobre o Rio Douro. Por entre estreitos e serpenteantes muros aproxima-mo-nos da Igreja de Loureiro.
O Miradouro de Santo António permite-nos contemplar a cidade que está logo ali. Descemos pela calçada medieval que nos leva a Igreja de Godim, atravessando antes a Quinta do Pinheiro. Nesta quinta podemos ver toda a maquinaria necessária para a produção de Vinho.
A calçada inclinada e escorregadia é o ultimo obstáculo à nossa chegada às margens do Rio Douro. Os últimos 2km são feitos a ''rolar'' paralelamente ao Rio, o que irá permitir aos atletas momentos de reflexão sobre esta intensa e épica viagem pelos socalcos Vinhateiros e Serra do Marão.
Obrigado
aos companheiros de ''viagem'' com quem tive o privilégio de partilhar
estes dias : Susana Simões, Ester Alves, Telmo Veloso, André Amorim,
Ricardo Taxa, Pedro Conde, Pedro Marinho, Pedro Lopes e Luís Leite.
João
Dados finais da primeira parte:
Distância: 31,87Km
Acumulado positivo: 2 293m
Acumulado negativo: 916m
Dados finais da segunda parte:
Distância: 38,84Km
Acumulado positivo: 1 437m
Acumulado negativo: 2 780m
Dados totais - Percurso Ultra-Maratona
Distância: 70,71Km
Acumulado positivo: 3 730m
Acumulado negativo: 3 696m
Podem ler tudo sobre a primeira parte aqui:
Mais fotos na página do DUT no Facebook:
https://www.facebook.com/douroultratrail
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