''A Concha Vinhateira do Douro''
Réccua Douro Ultra Trail (RDUT)
Pontos de passagem das provas: Trail e Ultra-Trail
Partida da prova: Mini-Trail e Caminhada
Freguesias abrangidas pelo RDUT : Fontes, Louredo, Fornelos, Sever, S. Miguel de Lobrigos, Sanhoane, Medrões
Pontos marcantes: Sra da Serra (Serra do Marão) - Ponto mais alto do percurso (ultra), Santuário do Viso, Vila de Fontes, Miradouro da Capela de S. Pedro, Quinta do Urval, Quinta da Pitarrela, Casa Senhoriais de Sanhoane.
Sobre a historia do município
Localizado na parte sul do distrito de Vila Real, o concelho de Santa
Marta de Penaguião ocupa uma área de cerca de sete mil hectares. A sua
ocupação é anterior à época romana, como o atesta alguns castros
originalmente lusitanos e abundante espólio encontrado nesses locais.
Quando se deu a fundação de Portugal, em meados do século XII, algumas
das actuais freguesias do concelho já estavam constituídas: Fontes,
Lobrigos, Cumieira, Louredo e Medrões.
Nessa altura, as terras de
Penaguião, nome que a lenda atribui ao nobre francês Guillon,
compreendiam o território existente entre o rio Douro e Corgo, a serra
do Marão e as terras de Panóias (Vila Real). Algumas destas freguesias,
como as de Peso da Régua e as de Vila Real, iriam passar no século XIX
para outros concelhos. Recebeu foral em 1202, por D. Sancho I, em 1256 e
1519.
Apesar dos documentos que regularam a sua actividade municipal ao longo
dos séculos, foi a criação da Região Demarcada do Douro, em 1756, que
mais contribuiu para o desenvolvimento das terras do concelho. Este
representa mais de metade da área ocupada por essa região demarcada.
Um concelho belíssimo, de norte a sul e oriente a ocidente. Sant’Anna
Dionísio compreendeu-o bem e caracterizou estas terras da seguinte
forma: “Sobe-se então para a concha vinhateira, excepcionalmente rica,
de Santa Marta de Penaguião. Para qualquer lado que nos voltemos, é a
vinha. Sobre esta concentram-se todos os cuidados. Salpicando a verdura
dos vinhedos, manchas brancas de casais, armazéns, vivendas solarengas. A
uns cem metros dos paços do concelho, existe uma estrada camarária,
relativamente breve (uns 8 quilómetros) que nos proporciona uma
encantadora digressão.
Sempre em ascensão, embora suave, atravessando
belos vinhedos que rodeiam as povoações de Sanhoane e de Medrões,
atingimos a povoação de Fontes (1600 habitantes a cerca de 600 metros de
altitude), donde é oriunda a família dos editores Lellos, do Porto. Os
panoramas que desta última povoação se desfrutam são particularmente
impressivos, uns pela extraordinária imponência da serra do Marão que
fica próxima, outros pela beleza de uma sucessão sem fim de promontórios
e declives, cobertos de vinhedos que o homem desveladamente trata, como
se fosse um recital imenso.»
Convite feito para uma visita ao concelho, apontem-se outros aspectos de
grande importância para uma visita às suas dez povoações. É uma terra
marcada pela prática da agricultura (em especial a viticultura),
integrada na Região Demarcada do Douro. Aqui se encontram as Caves Santa
Marta, que se constituem na maior adega cooperativa do Douro e à qual
estão associados cerca de 70% dos viticultores do concelho. A componente
rural de Penaguião, e a consequente tipicidade que a sua população
mantém, atinge o seu apogeu com a gastronomia — destaque para o saboroso
cabrito assado, o cozido à portuguesa ou a açorda de Medrões — e o
artesanato (como a cestaria e a tanoaria, ainda ligados ao fabrico do
vinho do Douro).