DOURO ULTRA TRAIL # DUT - A NEVE CHEGOU AO MARÃO

Muita gente só ouve falar no Marão nesta altura do ano porque o ''IP4 está cortado devido à queda de neve''. O que é uma grande chatice para muita gente, mas para outros é um incentivo extra para irem correr na Serra. Com as noticias a apregoar queda de neve acima dos 1 000m, ou seja, uma boa parte do Marão estaria com vestida de branco, a escolha do local de treino tornou-se clara. Formou-se um grupo de ''ultra amigos'' para atacar o cume: Susana Simões, Ester Alves, Telmo Veloso, André Amorim e João Marinho. Apesar de eu (João) já ter corrido na neve, foi no verão, num glaciar que conserva a neve das outras estações. Nenhum de nós tinha corrido na neve (e a nevar) no inverno por isso estávamos todos entusiasmados com a ideia.




Começamos por contornar a montanha pelo Vale da Campeã até entrarmos no percurso do DUT. Gradualmente começamos a ganhar altitude e as condições começaram a complicar. O frio intensificava e a neve começou a cair com grande intensidade. A paisagem mudou radicalmente, começa tudo a ficar coberto de branco. Estávamos a pisar um manto ''por estrear'', muito fofo e muito divertido de se correr. 

A inclinação aumenta, e a corrida deu lugar a trote. Felizmente que entramos numa face protegida do vento, por isso as fotos sucediam-se e as brincadeiras também. Apesar da queda de neve, não estava frio até que saímos da protecção da montanha e veio o vento. Aí as coisas mudaram de figura. Recomeçamos a correr para tentarmos aquecer até à Capela da Sra da Serra para a imperdivél fotografia na placa dos 1 416m de altitude. A pressa para iniciar a descida era generalizada, mas uns sentiam mais frio que outros e lidavam com a situação de maneira diferente. 

Descemos por um trilho até entrarmos na estrada de acesso às Antenas do Marão. Aqui todo o cuidado é pouco porque em caso de ''enfiarmos'' uma perna num buraco podemos parti-la facilmente e ainda para mais nestas condições, não convinha nada...

Cruzarmo-nos com viaturas e pessoas (lá dentro) que olhavam para nós do tipo ''que gente doida vem correr para aqui com isto assim?''. O frio que sentimos arrefeceu e de tal forma os músculos que a corrida mesmo sendo ao baixo era penosa. Mas queríamos tanto ''sair dali que tínhamos de aguentar.

Regressamos à quota em que a neve já tinha derretido, o vento acalmou e aos poucos começamos a aquecer novamente. Voltamos todos a conversar e rimo-nos com a situação. Pouco depois estávamos na Pousada do Marão onde iniciamos o treino. 

Apesar de ter sido algo ''extremo'' foi também extremamente divertido. 

Em Setembro não haverá neve certamente, mas aliciantes não faltam para correr nestes trilhos. Vemo-nos lá. 

DUT Team