Já antes falamos do Vinho do Porto e que podem ler aqui. Agora vamos explicar com o Vinho do Porto é feito.
O Vinho do Porto inicia a sua vida quase da mesma forma que os outros vinhos.
Em
meados de Setembro, as uvas são vindimadas à mão. O vinho do Porto é
feito a partir de uma ampla variedade de castas tradicionais, a maioria
delas nativas da região do Douro. Raramente encontradas noutros lugares,
estas castas são perfeitamente adequadas às condições quentes e áridas
do Douro, sendo a origem de grande parte do carácter único e distinto do
vinho do Porto. As castas tintas mais conhecidas incluem a Touriga
Franca, a Touriga Nacional, a Tinta Roriz, a Tinta Barroca, a Tinta
Amarela e a Tinto Cão, mas no total existem cerca de trinta variedades
de uva de vinho do Porto. A maioria destas castas dá cachos de bagos
relativamente pequenos e de pele grossa, os quais produzem o denso e
concentrado mosto (sumo de uva) necessário para fazer o vinho do Porto.
Apesar
de poderem ser plantadas separadamente, as diferentes castas são
normalmente vindimadas e fermentadas juntas. Cada casta contribui com o
seu carácter particular – tais como os intensos sabores a frutos do
bosque, os delicados aromas florais, as exóticas notas a especiarias ou
os aromas silvestres e resinosos da esteva – para o nariz do vinho. As
castas trabalham juntas, como instrumentos numa orquestra, para criar
uma harmonia subtil, complexa e multidimensional.
Uma vez
vindimadas, as uvas são transportadas para a adega. Nas propriedades da
Taylor´s, o transporte é feito utilizando caixas pequenas para garantir
que as uvas se mantêm em perfeitas condições. À chegada à adega, as uvas
são avaliadas pelo enólogo e inspeccionadas num tapete de escolha antes
de serem desengaçadas. No processo tradicional, que continua a ser
utilizado para fazer os vinhos das próprias quintas da Taylor´s, as uvas
são depois colocadas em grandes tanques de granito chamados "lagares”,
onde são pisadas a pé.
A primeira etapa da pisa a pé denomina-se
"corte” e consiste em esmagar as uvas, que nesta fase ainda são
relativamente sólidas, para assim libertar o sumo e a polpa das peles.
Durante esta etapa inicial, os pisadores unem-se, formando uma linha
cerrada e, ombro com ombro, avançam muito lentamente por todo o lagar,
pisando metodicamente e em uníssono, para assegurar que todas as uvas
são completamente esmagadas. Quando o "corte” tiver sido concluído,
começa a segunda etapa, chamada "liberdade”. Os pisadores agora
trabalham individualmente, movendo-se livremente por todo o lagar,
assegurando que as peles das uvas são mantidas submersas sob a
superfície do mosto. Depois de algumas horas tem início a fermentação. O
calor e o álcool que esta produz começam a libertar a cor, os taninos e
os aromas das peles, permitindo-lhes diluírem-se no vinho em
fermentação. A pisa, por vezes, é complementada pelo uso de êmbolos
compridos de madeira, chamados "macacos”, os quais são usados para
empurrar as peles para baixo da superfície do vinho.
Esta fase do
processo é essencial para a elaboração do vinho do Porto de qualidade.
Pesquisas realizadas pela equipa de produção da Taylor´s demonstraram
que, apesar de dispendiosa e laboriosa, a pisa a pé continua a ser a
melhor forma de alcançar uma extracção suave mas, ao mesmo tempo, total,
produzindo vinhos com estrutura, profundidade de sabor e equilíbrio. No
entanto, resultados semelhantes foram alcançados por sistemas de
extração mecânica, em particular pelos inovadores tanques de fermentação
desenvolvidos pela Taylor’s e instalados na adega da empresa, situada
na Quinta da Nogueira.
Quando cerca de metade do açúcar natural do
sumo da uva foi transformado em álcool pela fermentação, o enólogo dá o
sinal para dar início ao processo de fortificação. O pisa a pé pára e
as peles começam a subir à superfície do lagar onde formam uma camada
sólida. O vinho que está a fermentar sob esta camada de peles é, então,
retirado do lagar e transferido para uma cuba. À medida que o vinho em
fermentação é transferido para a cuba, vai lhe sendo adicionado uma
aguardente vínica muito limpa e jovem. Esta bebida espirituosa neutra,
incolor, com um teor alcoólico de 77%, é geralmente adicionada na
proporção de aproximadamente 115 litros de aguardente por cada 435
litros de vinho em fermentação, embora esta proporção possa variar. A
adição da aguardente vínica aumenta a força do vinho a um nível onde as
leveduras responsáveis pela fermentação não podem sobreviver. A
fermentação pára antes que todo o açúcar no sumo tenha sido transformado
em álcool e, assim, alguma da doçura natural da uva é preservada no
vinho acabado.
A Taylor´s dá muita atenção à qualidade da
aguardente que utiliza e a sua equipa de enólogos trabalha em estreita
colaboração com os destiladores especializados que a fornecem para
garantir que esta bebida espirituosa cumpra com os mais elevados padrões
de qualidade. A qualidade da aguardente é muito importante. À medida
que o vinho envelhece, a aguardente e o vinho combinam-se numa sinergia
mágica que irá contribuir para a complexidade subtil do vinho do Porto
maduro.
Após as vindimas, o vinho permanece na adega no Douro,
onde repousa até à primavera do ano seguinte, altura em que é
transportado para as caves da empresa em Vila Nova de Gaia para
envelhecer, ser loteado e engarrafado. No caso da Taylor’s, alguns
vinhos podem ser levados para os seus novos armazéns de envelhecimento
na Quinta da Nogueira, no Douro. Em tempos antigos o vinho do Porto iria
viajar ao longo do rio Douro para a costa em barcos especiais
conhecidos por barcos rabelos mas hoje em dia é transportado por
estrada.
Antes de ser levado para as caves, cada vinho é avaliado,
decidindo-se a qual estilo de vinho do Porto será destinado. O vinho
será então colocado em cascos ou cubas, conforme o caso, para começar o
seu processo de envelhecimento. O vinho do Porto, por ser fortificado e
ter notável potencial de envelhecimento e longevidade, pode permanecer
em madeira por muito mais tempo do que a maioria dos outros vinhos. Isso
significa que pode ser envelhecido de diferentes formas e por
diferentes períodos para produzir uma ampla gama de estilos. Esta
variedade de estilos é um dos aspectos mais fascinantes do vinho do
Porto, tornando-o um dos vinhos mais diversificados e adaptáveis.
Fonte: Taylors